Provas

Última corrida: 21k da Maratona do Rio

Como foi minha experiência em participar da Meia Maratona Olympikus da Cidade do Rio de Janeiro 2018

Como comentei em meu último post (aqui), assim que abriram as inscrições para a Maratona do Rio no final do ano passado, corri garantir minha vaga nos 21k. Como essa é uma prova que sempre esgota rapidinho, ainda mais com o lançamento do Desafio Cidade Maravilhosa, em que seria possível correr 21k no sábado e 42k no domingo, não quis arriscar ficar de fora!

Eu nunca tinha participado de uma prova no Rio de Janeiro antes e o máximo que havia corrido em terras cariocas foi uma voltinha pela orla de Copacabana. Como adoro o Rio, precisava ter uma experiência de corrida na cidade – e o que poderia ser melhor do que correr uma de suas provas mais tradicionais, que conta com um percurso incrível, largando da Barra da Tijuca, passando pelas famosas praias da Zona Sul (Ipanema, Leblon, Copacabana…) e terminando no Aterro do Flamengo?! 😀

Foi com esse compromisso que comecei 2018: voltar a treinar certinho para completar minha segunda meia maratona. Queria bater meu tempo da primeira prova, é claro, e isso de cara já é uma grande diferença entre fazer a primeira e as demais meias, rs!  Mas, por outro lado, eu sabia muito bem o que me esperava pela frente e encarei os treinos de forma totalmente diferente. Ao mesmo tempo que foram mais leves do lado emocional, levei com mais seriedade algumas questões da preparação, especialmente os longões. Para ajudar, ainda consegui encaixar dois deles em viagens ao Rio, completando 12k e depois 18k no Aterro, o que me deu ainda mais confiança com relação à prova.

Mudanças de última hora

Mas não seria eu se não tivessem acontecido algumas mudanças de plano de última hora, né? 😛 No meio do caminho, surgiu o convite para correr a ASICS Golden Run em São Paulo e, depois de conversar com meu treinador, acabei antecipando minha segunda meia em duas semanas. A prova me ajudou a tirar aquela cobrança de fazer RP das costas (e consegui baixar bem meu tempo, quase 12 minutos!). Se eu já me sentia preparada para correr no Rio, aí sim pude viajar com a certeza de que aquele momento seria mais curtição do que qualquer outra coisa.

As alterações de planos não foram só para mim, no entanto. Se antes eu tinha várias companhias certas para a prova, quando o dia finalmente chegou, segui sozinha para a largada. Nesse momento, confesso que bateu aquela ansiedade pré-prova típica de corridas importantes e me ver fazendo aquilo tudo sozinha, sem ninguém conhecido correndo ao meu lado ou me esperando na chegada só ajudou a cair a ficha de que aquele momento era meu. Era para mim, minha satisfação e minha realização que eu estava ali. Claro que é bom compartilhar com outras pessoas sonhos e objetivos, mas antes de ir na onda de alguém, é preciso que a gente tenha muita certeza de que é aquilo que queremos; do contrário, esses contratempos podem tirar todo o brilho da nossa corrida!

Estava toda concentrada nesses pensamentos e fazendo aquele “download” dos acontecimentos dos útlimos meses quando reconheço uma voz na multidão: era a Karina (@corredoradavidareal) batendo papo super animada com a Kauana do Donas do Asfalto e a Dani do blog Zerovinteum. Fiquei conversando com as meninas, cada uma vivendo aquela ansiedade pré-prova à sua maneira – eu meio caladona, por incrível que pareça. A Karina até brincou que eu ainda estava dormindo, mas era pura concentração mesmo! Hahahaha…

Obrigada pela companhia, meninas! [fa type=”heart”]

Percurso de cair o queixo

Desde a prova da Asics, eu vinha sentindo um incômodo na coxa esquerda e assim que comecei a prova no Rio, lá estava ele de  novo. Aquilo me ajudou a me concentrar ainda mais no meu corpo e no que eu estava fazendo para evitar compensar forçando demais a outra perna. Segurei o ritmo, encontrando um pace que fosse confortável e que eu conseguisse manter por um bom tempo, e fui pensando em aproveitar ao máximo o percurso e o fato de estar ali. Treinos, RP etc., isso já tinha sido feito. Agora era apenas celebrar a conclusão de mais uma etapa!

Apesar de conhecer o Rio, sempre fico deslumbrada com a beleza da cidade e foi difícil não fazer como outros corredores e parar para tirar umas fotos no meio do caminho, hahahaha… Preferi guardar tudo na memória e no coração, e tentar saborear aquele momento tão meu – mais meu que qualquer outra corrida que já fiz! Só bem no finalzinho a fadiga muscular começou a pegar e ficou claro que aquela dorzinha não iria embora mesmo. Talvez fosse até um pouco mais sério do que eu gostaria. Faltava bem pouco, já era o km 19 e senti que precisava andar… Não dava mais. Então veio a Kauana correndo logo atrás de mim e gritando com uma energia não sei de onde: Vamooos!! Só mais dois quilômetros!!!

Caramba, só mais dois quilômetros mesmo! Se na Golden eu precisei lembrar que teria outra prova em poucos dias, ali eu não precisava economizar mais nada… Sim, eu estava com desconforto muscular e isso é sério, e sim, eu fiquei (ainda estou! rs) de molho por conta disso (é uma distensão muscular leve, ufa!, mas estou tendo que cuidar). Mas aquela era “A” prova. “O” momento. A próxima, só seria em muitos meses e eu teria tempo de sobra para me recuperar. 😛 Então fui!

Fui com essa energia que a Kauana me deu, com toda a minha vontade de estar ali – e xingando muuuuito! Hahahaha… Corri aqueles dois kms falando todos os palavrões que eu sei! 😛 Mas consegui – e ainda bati minha meta de tempo que estabeleci no ano passado, mesmo com calor, com dor, com cansaço. Consegui!!!

Minha tão suada medalha! rs

Estrutura da prova e Expo

É difícil não fazer um post “diarinho” de uma prova-alvo, mas agora que acabei essa parte, vamos à resenha da prova, né? Afinal, sei que muita gente quer saber da estrutura para decidir se inclui ou não essa corrida em seu planejamento para o próximo ano.

Retirei os kits na sexta-feira e vi pouquíssimo da expo. Infelizmente, a greve dos caminhoneiros afetou alguns stands que ficaram com pouco estoque de produtos – incluindo o da Olympikus, patrocinadora dos 21k. Para os kits da meia, da maratona e do desafio, no horário em que fui quase não tinha fila. Mas para a Family Run (10k e 6k) a fila estava imensa – coisa de duas horas em pé! :O

A prova dos 21k aconteceu no sábado, junto com as corridas infantis, então a largada foi bem organizada, apesar de ter muuuuuuuita gente. Claro que demorou para que eu começasse a correr e atrasou um pouco, mas nada que eu considere absurdo diante do tamanho da prova e  da quantidade de inscritos. Postos de água e isotônico estavam bem distribuídos, com banheiros químicos em todos eles. Também teve um posto com frutas e alguns biscoitos no meio do caminho (não parei nele, pois já tinha levado meu próprio gel). Só senti falta de ter no sábado as atrações artísticas pelo percurso (essas foram apenas para a maratona). Em compensação, os cariocas que estavam na praia logo cedo torceram bastante e deram a maior força para os corredores, algo que raramente vemos em outras cidades do Brasil.

Na chegada, a arena era imensa, com várias opções de foodtruck e ações dos patrocinadores. Os guarda-volumes nos ônibus estavam bem organizados, pela numeração da inscrição. Além de receber um kit lanche, água e medalha, a chegada também contava com uns chuveirões para quem quisesse tomar uma ducha – o que foi uma alegria, já que estava bem suada. Mesmo sendo só uma jogada de água por cima da roupa, já ajudou a refrescar e a devolver um pouco mais da minha dignidade! 😛

Mas o ponto alto, com certeza, é o percurso – essa bênção que os cariocas têm de ter uma natureza tão exuberante à sua disposição. Sério, que visual! Só por poder correr num lugar como esse, já vale a pena. 😉

Você também participou dessa prova? Conte pra gente o que você achou nos comentários!

Ju Vargas
o autorJu Vargas
A Ju é fã das curtas distâncias e adora participar de provas diferentes. Em 2019, a meta é conciliar os treinos de corrida com outras atividades esportivas.

1 comentário

  • Eu sei que já faz um tempo esse post, já tinha lido e só comentei no whatsapp, mas tava navegando pelo site e cai aqui e decidi reler. JU, parabéns! Parabéns não só pela prova, mas pela transformação ao longos dos anos que a gente corre. <3 Reli e fiquei tão orgulhosa. Relembrei o quanto é gostoso completar uma prova, e depois de Fefê e casa nova, meu próximo objetivo é esse, completar bem e feliz uma prova legal.
    Parabéns pelo post! <3

Deixe um comentário