E nesta quinta-feira, 14 de maio de 2015, exatamente às 8h20, eles chegam: os trinta!
Pois é, estou completando 30 anos hoje. Juro que achei que faria uma festa superlegal (duplo-quinze-anos merece, né?), mas a economia não tá fácil para ninguém. E, depois de casar, a gente fica com uma minipreguiça de organizar qualquer coisa! Hahahaha… Esgotei minhas fichas de saudade com os #2anosCM 😛
Não que eu esteja sofrendo por fazer 30 anos, vejam bem, estou achando bastante normal, na verdade. Normal demais. É só mais um ano, depois de tantos, antes de muitos (espero!). Porém, é inevitável: esses anos redondinhos sempre estimulam a gente a parar e refletir um pouco no que passou, no que alcançamos e no que está por vir. Acontece com vocês também?
Lembro que, quando eu tinha uns sete anos, fiz as contas e descobri que completaria 15 anos nos anos 2000. Uau! Parecia mágico ter 15 anos (!) no novo milênio (!!!). Naquela época, eu achava que seria uma garota incrível com 15 anos: madura, moderna, descolada, popular… Hahahaha… Só esqueci de pedir para não ser tão insegura! 😉
No último ano do Ensino Fundamental — sou a menina de jeans na primeira fila 😉
Aquela mulher que eu, quando criança, acreditava que seria aos 20 só estou me tornando agora, aos 30. Aos 20, eu ainda era muito mais uma adolescente atolada de novas responsabilidades (e deslumbradas com novas liberdades) do que uma mulher. Dez anos depois podemos fazer esse tipo de confissão, né? É que ter 30 parecia tão distante, tão… Adulto! Com 30 estaria casada (confere), com filhos (não ainda), super bem-sucedidade (er…), com minha própria casa (ahn…) — deu para entender! 😉
Talvez eu ainda não tenha realizado todos esses planos que a Juliana criança (e meus pais, e a sociedade rs) esperavam para os meus 30 anos, mas é tão bom me ver aqui, como estou hoje. Eu me conheço melhor e, mais importante, me aceito como sou. Sei o que posso (e o que quero) melhorar em mim, sei como fazer isso e sei respeitar meu tempo para chegar lá. Aprendi a gostar da minha própria companhia. E isso, vocês sabem, só crescendo mesmo…
Não tem como tirar a corrida (e os esportes, de modo geral) desse processo. Na escola, eu fugia de esportes e não era por “frescura” de não querer ficar suada, ou preguiça de me mexer. Era simplesmente porque eu sabia que até poderia ser razoável, mas nunca seria uma atleta, a “melhor da turma”. E, nossa, eu me esforçava muito para ser excelente na escola (CDF de carteirinha) e, claro, vivia recebendo elogios à minha dedicação, ao meu desempenho e ao meu comprometimento com os estudos… Lá dentro, eu sabia que esses elogios não viriam da aula de Educação Física, nem dos Jogos Escolares. Então, inconscientemente, eu fugia, criava desculpas, porque não queria frustrar as expectativas de ninguém, ainda mais as minhas, sempre altas. Louco isso, né?
Hoje só fico pensando em quantas coisas deixei de fazer por medo de julgamentos — meus e dos outros!
Imagino quem estudou comigo e me vê em um blog sobre corrida pensando “mas a Maria?!” (na escola, eu era conhecida pelo meu segundo nome, Maria). Hahahahaha… Sim, eu sei! Posso ser uma péssima corredora (não preciso esconder isso de ninguém), mas corro mesmo assim. 😉 Corro porque a corrida me ensina todos os dias que não preciso ser a melhor, nem ter um desempenho acima da média para ser aceita; que posso fazer o que eu quiser, não só aquilo em que sou excelente. Posso fazer até mesmo aquilo em que sou completamente medíocre – se eu quero, eu posso. E eu faço! Então, eu corro. É para sair da minha zona de conforto mesmo — e esse desapego me faz um bem danado, alivia um monte de coisinhas aqui dentro. ^^
Ter essa consciência é, de longe, a melhor coisa que eu ganhei com os trinta. 🙂
E vocês? Qual foi o maior aprendizado que tiveram com a idade?
Primeiro de tudo, feliz aniversário Juh!
Ótima reflexão dos seus 30 anos, mesmo ainda que eu não tenha chegado nessa fase da minha vida, tenho as mesmas preocupações e planos para a chegada dessa idade da minha vida.
Obrigada por compartilhar isso com a gente!
E continue correndo, como disse, não precisa ser a melhor para os outros, seja a melhor para você mesma.
Beijos 😀
Obrigada, Welly! 🙂 Com certeza, uma coisa que sempre falamos aqui, e que é a “filosofia” do Corre Mulherada, é que a competição é sempre consigo mesmo, para sermos o nosso melhor, e não “melhor que os outros” 😉
Oi Ju! Adorei seu post. Eu faço 29 esse ano e já estou começando a pensar nos 30 (daquelas que sofre por antecipação…). Mas já sinto que sou outra pessoa se comparada com a minha versão de 8 anos atrás. É engraçado como algumas coisas que tinham uma importância grande e pesada (opinião dos outros por exemplo) ficam lá atrás, pequeninas e pouco importantes. Isso me libertou, me fez muito mais feliz, sem dúvida ;))
Oi, Ana! Olha, acho que ano passado eu estava mais apavorada em estar perto dos 30 do que agora em ter 30… hahahaha… Vai ver me acostumei com essa ideia ao longo do último ano 😉 Concordo com você, a gente se liberta dessa preocupação excessiva com a opinião dos outros, passa a saber dar atenção ao que (e quem!) realmente importa 😉
Ju, AMEI o post. Tava morrendo de saudade de seus posts mais pessoais (ai que saudade do Megacombo!).
Acho que é bem isso que você falou: aos 20 a gente se achava mega adulta, mas era mesmo uma adolescente velha cheia de coisas para aprender. Concordo muito que aos 30 a gente já aprendeu a se conhecer, se gostar e não aceitar o que não gostamos. Nada como um pouco de maduridade para termos paz com nós mesmas.
Feliz 30!
E eu, que comecei a correr por causa dos 50 que me aguardam no final do ano? Parabéns pelo blog, meninas, ele ajuda muitas garotas (risos) a se empolgarem com a corrida. Bjs e bom domingo!
Ju, amei seu post, ótima definição, me identifiquei. rs
Esse ano faço 30 tb (outubro) e é incrível como estou feliz em saber que cheguei até aqui, sinto que estou na melhor fase da minha vida, me amando como nunca. E sim, mtos créditos a corrida por isso, amo de paixão.
ah, Parabéns atrasado, muitas felicidades, Deus abençoe seus dias…bjos e bora correr mulherada
Obrigada, Marycel! 🙂
Olá =) Sou leitora nova do blog e estou viciando. Me emocionei ao ler estas palavras pois recentemente completei meus 30. Achei que esta insegurança dos 30 e idealizações de quando éramos criança só eu pensava, mas não, coisa de mulher. Obrigada por este texto Ju Maria (nome lindo o segundo <3 ) me inspira a pensar em toda a parte boa da minha vida e não só nas conquistas que eu gostaria de ter, aquelas dos jogos infantis e questionários de caderno de brochura. Me inspira a correr mais para mim e por mim. O quanto a sensação é boa e o quanto ainda posso fazer depois dos 30!! Bora correr e botar sorriso no rosto!
Poxa, Raquel! Eu que fiquei emocionada com seu comentário. Escrevi com muito carinho e fico feliz em ver que você entendeu exatamente o sentimento <3