Olimpíadas de 2012, prova dos 400 metros, uma prova tradicional do atletismo. Dessa vez, não era Usain Bolt a sensação, não naquele dia, não naquela prova. Pela primeira vez na historia um atleta amputado participava dos Jogos Olímpicos juntamente com os atletas regulares: o sul-africano Oscar Pistorius, conhecido como “Blade Runner”. Era nítida a curiosidade sobre Pistorius e suas próteses, as quais alguns cientistas afirmavam que poderiam oferecer vantagem para ele sobre os corredores sem deficiência. Ele não conquistou medalha, chegando às semifinais da prova, mas mostrou o quanto a tecnologia e a ciência das próteses para corrida haviam avançado. Antes daquele dia eu não imaginava que era possível correr com uma prótese, não daquela forma, tão “normalmente”.
Mas não são apenas os atletas de ponta que conseguem superar suas deficiências físicas e praticar esportes. Pesquisando na internet conheci a história da americana Amy Palmiero Winter. Em 1994, então com 22 anos, Amy sofreu um grave acidente de moto e perdeu a perna esquerda. Na época ela já corria provas de longa distância e mesmo após o acidente não desistiu da corrida. Tem mais: ao contrário do que os médicos previam, sua adaptação com as próteses foi incrível e sua performance no esporte ficou ainda melhor! Quer sentir mais um orgulhosinho dessa guerreira? Hoje o caso de Amy é estudado por cientistas que buscam compreender a forma como corpo de Amy se adaptou à prótese, pois essas informações podem ajudar a melhorar os sistemas de reabilitação para todos os amputados. Atualmente Amy é diretora de uma empresa que desenvolve próteses e ajuda pessoas, desde crianças à atletas de elite, a alcançarem seus objetivos com suas próteses. Se você gostou da história da Amy, pode saber mais sobre ela no vídeo abaixo:
Sobre as próteses para corrida
Embora as próteses normais ofereçam às pessoas amputadas muitas habilidades importantes, como andar de maneira bastante natural, elas não servem para correr. Para atender às necessidades dos amputados que desejavam praticar esportes ou dos atletas que tivessem perdido uma perna, foram desenvolvidas as próteses específicas de corrida, que não só devolvem à pessoa suas condições naturais de corrida, mas segundo alguns acreditavam também fariam com que essas pessoas tivessem desempenho superior às pessoas com duas pernas!
A prótese de corrida, com aquele formato estranho que lembra um “J” ou uma foice, foi desenvolvida nos anos 90 pelo americano Van Philips, e inspirada no formato da pata do guepardo, um felino africano. Elas são feitas em fibra de carbono, e projetadas para serem excelentes absorvedoras de impacto, devolvendo para o atleta a energia utilizada em forma de impulso. É como se toda a sua perna fosse um desses tênis “Air” da vida.
Apesar de toda a polêmica envolvida, estudos realizados pela Associação Internacional das Federações de Atletismo indicaram que a crença sobre a suposta vantagem dos atletas paralímpicos com essas próteses sobre atletas com pernas biológicas estava errada, e dessa forma Oscar Pistorius foi autorizado a participar dos Jogos Olímpicos.
Novas tecnologias para os corredores com próteses
Os avanços em busca de oferecer aos corredores paralímpicos as melhores condições para exercer a corrida não param. A última novidade é uma espécie de tênis que, ao contrário do formato de um pé, tem o formato da ponta das próteses de corrida. Chamado de Sole (sola) e desenvolvido pela Nike, esse tênis possui todas as características de um tênis comum, exceto que ele foi projetado para ser calçado nas próteses Flex-Run da empresa Össur, um dos modelos mais utilizados por corredores no mundo.
O objetivo do Sole é oferecer ao atleta com prótese maior conforto durante as corridas. E esses campeões da vida merecem tudo que há de melhor, sem dúvida! 🙂
Se você é uma corredora ou corredor com próteses, ou conhece alguém que seja, divida conosco suas experiências aqui nos comentários. É de inspiração e lições de vida como as de Pistorius, Amy, e tantos outros que nós precisamos. 🙂
P.S. – Este post trata especificamente das próteses para corrida e dos atletas que as utilizam, e Oscar Pistorius é uma das figuras de maior destaque da História nesse quesito. Os lamentáveis acontecimentos recentes ocorridos com Pistorius são realmente muito, muito tristes, mas não apagam o que ele representa para o esporte e não é nosso objetivo tratar deles aqui. 🙁
Parabéns pela matéria!!
Senti falta dos nossos atletas brasileiros. Temos no Brasil o melhor corredor biamputado de 100 metros da atualidade, que é o Alan Fonteles. E não pensem que é só por causa dos acontecimentos com o Pistorious, o Alan é o atual campeão paraolímpico na categoria, vencendo do Oscar em uma final histórica!
Parabéms pelo post incrível!
Sempre tive curiosidade sobre essas próteses, admiro e acho sensacional a força de vontade e superação desses atletas, que apesar do acontecido, não desistiram e continuam a praticar atletismo.
A vida continua, né?
E espero que a qualidade dessas próteses (mesmo as de hoje já sendo muito boas) melhore cada vez mais!
Beijos!
fazer um teste fisico por motivo de um concuso publico Hoje estou provando a minha , de fibra de carbono que doarão pra mim através da AACD., é bem simples mas já é um começo uma nova página na minha vida! vou voar longe maratonas que sempre sonhei me aguardem
Eu amei a matéria, estão de parabéns….
Oi meninas , eu estudo fisioterapia e tenho que apresentar um trabalho sobre prótese para atletas e confesso que está bem difícil encontrar um artigo sobre o assunto. Se tiverem algum artigo sobre o assunto , poderiam me indicar ?