Dia 19 de outubro era o dia da W21k, uma meia maratona para mulheres. Uma prova feita especialmente para nós. Eu ia correr, pois é ia, mas eu não corri. Para muitos isso pode ser encarado como um fracasso. Se você aceitou o desafio, vai lá e cumpra-o, certo? Não é bem assim que funciona, não. E pensei bastante sobre isso.
Na sexta-feira antes da corrida, a Alice passou a noite com febre e eu consequentemente acordada… não preguei os olhos a noite toda. Durante o dia ela continuou com tosse, o nariz bem ruim, mas eu estava bem. O sábado chegou e foi a minha vez de não acordar muito bem, senti dores no corpo e não estava legal. O resfriado estava me pegando também. De sábado para domingo, simplesmente não dormi, eu ruim e a Alice também. Ainda que não estivesse 100% fui para a USP. Demorei um pouco para chegar no local da prova, pois domingo a condução as vezes não ajuda… rs.
No percurso da Estação Butantã até a USP, dei alguns trotes para ir mais rápido e não me senti nada bem, falta de ar, corpo pesado e comecei a colocar na cabeça que realmente era para eu ficar quieta no meu canto e acompanhar a JuVa na torcida.
Vi a largada e me deu uma sensação de aperto no peito, queria estar ali correndo, mas ao mesmo tempo pensei em várias coisas que hoje em dia levo muito em consideração:
1) Tenho a Alice, não podia simplesmente forçar meu corpo e me prejudicar depois – tanto que fiquei ruim toda a semana depois da prova, e bem ruim mesmo… será que se tivesse forçado ficaria ainda pior? Teve dias que queria dormir o dia todo, mas tinha uma bebê de 9 meses serelepe que não estava nem aí e queria brincar… rs.
2) Meus treinos não foram tudo o que planejei, então poderia quebrar no meio e poderia ser pior com o corpo não estando 100%. E acho que quebrar e ter que desistir no meio, pra mim é pior do que nem correr.
3) Iria correr a prova sozinha, será que conseguiria com as dificuldades? Não iria passar mal? Me prejudicar com alguma lesão? Sei lá o que poderia acontecer e me deixar sem correr depois seria pior.
E por fim, a pergunta que mais me fez pensar: É assim que queria completar minha primeira meia maratona? A qualquer custo? Não, definitivamente, não. Quero completá-la disposta, na melhor forma possível. Pra mim, completar por completar não era uma opção. E por isso, por mais que tenha dado um aperto na largada, eu decidi que não iria.
E eu não desisti, eu simplesmente adiei.
Li na Revista Contra Relógio a seguinte frase:
O equilíbrio entre o parar e o insistir depende fortemente da maturidade da pessoa e de sua capacidade de avaliar uma situação a longo prazo. Parar em uma corrida muitas vezes é o caminho mais curto para novas conquistas. Procurar essa capacidade de conhecer seu limite e tomar decisões certas, disso sim não podemos desistir.
Vocês já deixaram de correr alguma prova? Me conte como foi. 🙂
Para quem não deixou, o que fariam vocês deixarem de correr uma corrida?
Li, decisão muito mais que sábia… Por vc, sua saúde e por sua pequena! Tenho certeza que sua estréia nos 21k será muito mais que linda e vc vai aproveitar cada kilômetro! <3
Concordo 100%! Até porque um passarinho me contou que ela vai estrear muito bem acompanhada, Gabi 😉 Hahahahahaha… 😛
uahauhahua óiaaaaaaaaaaaaa team CM em peso na G4? <3
Li, também acho que você tomou a melhor decisão. Estrear na primeira meia-maratona sem estar 100%, com febre… Não seria bom nem mesmo se fosse a sua trigésima meia! Tem tantas provas, com tanta frequência, que com certeza sua espera será não apenas breve como compensadora 🙂
Oi Aline,
no seu lugar eu faria exatamente a mesma coisa! Sei como é difícil conciliar os treinos com a maternidade.
Já deixei de correr uma prova sim, não foi de 21km, mas era uma prova muito esperada por mim. Na véspera da prova, meu filho mais velho começou a passar mal com dores fortes na barriga, pensando que pudesse ser gases esperamos para levá-lo ao hospital, mas ele não melhorou, não dormimos bem à noite e no dia da prova (seria sábado à noite) o levamos ao hospital, fizemos raio-x e realmente eram gases rsrs (graças a Deus).
Sua filhota é linda parabéns, haverão outras oportunidades! Bjs
Ai Aline, lembrei de uma situação parecida ano passado. Estava me preparando há 3 meses para estrear nos 10km. E te juro…foi a época que eu mais treinei e comi certinho na vida. Eu era foco total. A prova seria num sábado a tarde e na quinta a garganta começou a doer. Começou a me bater um desespero pq eu ia ficar doente na véspera da prova, né? E eu tinha me preparado pra aquilo. Na sexta piorei e nem fui trabalhar, fiquei em casa para me recuperar pra correr. Até fui pegar o kit da corrida, deixei tudo separado bonitinho e no sábado quando acordei…tan dan!! Acordei pior. Foi uma das piores gripes que tive. Passei o fim de semana todo de cama e a segunda tb nem aguentei trabalhar. Na época eu fiquei com tanta raiva pq eu queria tanto correr 10km, mas a corrida ensina que as vezes as coisas não saem do jeito que a gente espera. E que a gente deve correr pra gente mesmo, não pra mostrar pra ninguém que aguenta e topa todos os desafios. A frase que você encerra seu post é perfeita. Dizer não para os desafios é tão corajoso como dizer sim. Parabéns por ter maturidade de entender que sua saúde e sua filha são mais importantes que uma prova. Beijos.
Li, sua decisão foi super acertada! 😀 Talvez hoje você ainda fique “será que eu deveria ter ido?”. Mas no dia que você cruzar a linha de chegada da sua primeira meia maratona você terá certeza que foi a melhor opção!
Eu já desisti de uma corrida, em 2013 eu estava ansiosa pela Disney Magic Run, ia correr 10km (na época uma distância que eu começava a descobrir e queria muito melhorar), mas num treino durante a semana eu senti o joelho e não era uma dorzinha, eu levei um susto com a intensidade da dor (nem consegui apoiar o pé no chão na hora). Não teve jeito tive que optar por caminhar na prova (fui numa distância menor) e até levei o Dudu pra não correr o risco de eu me empolgar e correr. Contei aqui: http://corremulherada.com.br/minha-corrida-mariana-frioli-minha-primeira-meia-maratona/
Depois de algumas semanas completei minha primeira meia e praticamente sem dor, porque soube seguir as indicações do ortopedista, e principalmente, ouvir meu corpo. Talvez se eu tivesse corrido a Disney Magic Run, não teria corrido a Athenas logo depois. Então… tudo tem razão de ser.
Bjssss, Mari
P.S.: Eu não ia deixar você ir sozinha! 😛
Acabei de passar por isso: Meia Maratona de Niterói, hoje 15/9 , largada às 7h. Provavelmente no meu melhor estado de forma de sempre…desde sexta sentindo o que estava vindo, mal-estar, tosse em aumento, ontem já umas décimas de febre.
Mesmo assim, ontem, tomei cimegripe e peguei a barca para pegar o kit, ao final sempre poderia fazer o que vc fez, avaliar justo antes da largada.
Acordo domingo, 4h, corpo doe, tosse aumentada, bora pegar o termômetro “se houver 37,0 ou mais fico em casa”, resultado 36,6…Bora então. Tenho uns 3-4 km até a barca, ideal para aquecer um pouco é ter bons argumentos para mudar a decisão:” Pulso alto, sensação de fadiga, dor no corpo…”. É hora de dar meia volta e deixar para lá, talvez poderia ter me poupado este estresse mas quem gosta de corrida sabe como é difícil lidar com estás coisas.
Muito acertado teu analisis, ao final , vc poderia ter tido uma experiência muito desagradável e com consequências que iam demorar o dobro ou o triplo da semana q vc passou…
Eu hoje já corri bastantes meias maratonas e mesmo assim este episódio mostra que não perdi nem um pouco da empolgação. Espero que vc tenha conseguido nos anos seguintes suas metas e continue a buscá-las