Está de bobeira neste sábado? Que tal aproveitar para colocar a leitura em dia? Hoje vamos dar uma dica de livro para quem quer se maravilhar ainda mais com o mundo das corridas: Nascido para correr (Born To Run), do jornalista e corredor norte-americano Christopher McDougall.
Editora: Globo
ISBN: 9788525048486
Número de Páginas: 383
A primeira vez em que entrei em contato com este livro, eu trabalhava na Editora Globo. Minha editora é corredora e não teve dúvidas em publicar este livro no Brasil (sim, trabalhei na edição dele). Já eu ainda achava que nunca iria correr na vida porque não tinha o menor jeito para esportes. Não fazia a menor ideia do que era 5k ou 10k, mas soava difícil, cansativo e chato. Considerando tudo isso, ler sobre ultramaratonas de mais de 160 quilômetros e dias inteiros de duração parecia coisa de gente louca! Posso dizer que, na primeira vez em que li esse livro, tive um olhar de produtora editorial e não de curiosa sobre o assunto, muito menos de corredora.
Mas, como diz uma das minhas melhores amigas, o ciclo da vida é: nascer, crescer, pagar a língua e morrer. Hehehehe… Hoje, estou aqui com duas corridas de 10k agendadas até o fim do ano. E nesse meio tempo, claro, tive que reler Nascido para correr. E foi algo totalmente diferente – e surpreendente! Agora já estou pensando em colocar como meta correr uma maratona pelo menos na vida! Hahahaha…
McDougall é mais que um jornalista experiente: ele é um contador de histórias nato. Não tem como você não se envolver com todo o desenrolar da trama. Começa com ele caçando Caballo Blanco no meio do deserto mexicano, um homem que mais parece ser uma lenda. E esse encontro muda toda a perspectiva de McDougall sobre a corrida e até mesmo sobre a evolução do homem. Pode parecer ambicioso (ou propagandista), mas não é. É isso mesmo que acontece!
Atleta com tênis de corrida x Tarahumara com sandalinha de dedo. Quem vence? Rá!
Para quem gosta daqueles programas da Discovery, este livro é um prato cheio. Vamos conhecer os tarahumaras, uma tribo isolada no México que segue o mesmo estilo de vida desde 1600 – o que incluiu uma dieta exótica e percorrer longas distâncias quase diariamente. Também aprendemos sobre a teoria evolucionária do Homem Corredor, que tenta explicar como a humanidade conseguiu caçar por muito (muuuuito) tempo mesmo sem ter armas e porque uma espécie tão mais fraca (e lenta) conseguiu superar todas as demais e povoar o planeta inteiro. E também hipóteses para o fato de o homem ter corrido por anos e anos praticamente descalço sem problemas e agora, mesmo com toda a tecnologia dos tênis de corrida, é quase impossível encontrar um corredor que não tenha sofrido uma lesão sequer. Por fim, vamos acompanhar uma ultramaratona nos confins do México, que reuniu tarahumaras e alguns norte-americanos “malucos”.
Essa corrida é a melhor parte do livro!
Se eu ainda não te convenci a dar uma chance para este livro, nada melhor que o próprio autor falando sobre ele. Tem uma participação do McDougall em um TEDx que vale o play (com legendas em português):
Sim, mulheres foram feitas para percorrer longas distâncias e não para serem velocistas! Quer mais motivo para aumentar os quilômetros dos seus treinos?! 😉
E eu, que amo andar descalça, estou quase comprando um desses calçados mínimos. São feios e esquisitos, eu sei! Mas a ideia de correr praticamente descalça é muito tentadora para mim!
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