Treinos

Minha corrida: Ju Vargas – Por que largar na frente nem sempre é a melhor opção

Runners take off from the starting line for the Little Compton Road Race at the United Congregational Church Fair in Little Compton, Saturday. Photo by Bill Murphy.

Quem aqui gosta de largar lá na frente?

Um tempo atrás, fui convidada para participar de uma corrida por um dos principais patrocinadores da prova e a empresa, muito gentil, me colocou na “área vip” da largada. Sabe aquela primeira baia, coladinho com os corredores de elite? Então! Como só descobri na hora que poderia largar na frente, nem raciocinei muito e simplesmente fui para onde me indicaram. Aí, muita gente pode pensar: que ótimo, largar entre os primeiros e não ter que ficar ultrapassando as pessoas, lidar com paredões, só você e a pista…. Certo?

Errado!!!

Acontece que eu ainda tô longe de correr no pace “top da balada” rs… E sair com o primeiro grupo, cercada por pessoas que correm bem mais rápido do que eu, mais me atrapalhou do que me ajudou.

Primeiro porque, inconscientemente, comecei correndo mais rápido do que estou acostumada, empolgada pelo pelotão. Só que eu não consegui manter esse ritmo por muito tempo e, alguns quilômetros depois, precisei diminuir a velocidade. E olha, não foi diminuir drasticamente; foi simplesmente correr no ritmo a que estou acostumada.

Foi então que veio a surpresa: ao invés de me sentir confortável correndo no meu pace, comecei a me sentir pesada, cansada e lenta. Terrivelmente lenta! Parecia que eu estava me arrastando pela prova… E eu sabia que não estava lenta, estava no meu normal. Demorou um pouco para que a coisa toda encaixasse e fluísse.

Aqui em São Paulo, tem sido cada vez mais comum as provas dividirem os corredores em grupos por pace. Em alguns casos, o ponto em que você vai largar é definido pelo seu desempenho em provas anteriores da mesma organizadora; em outros, é calculado com base no que o próprio corredor informa no momento da inscrição. E tem um bom motivo para isso: quando feita em ondas, a largada fica, de fato, mais organizada. Com menos ultrapassagens, menos risco de alguém se lesionar, esbarrar ou mesmo derrubar outro corredor. No fim, todos correm melhor. Mesmo assim, cansei de ver pessoas reclamando por terem de largar mais atrás e cobiçando sair lá na frente, quando não tentam invadir o outro curral.

Se a minha experiência servir de alguma coisa, rs, recomendo que você avalie bem antes de fazer isso. Por mais tentador que seja largar entre os “vips”, acredite: não tem nada pior que sentir que você está correndo mal quando você está correndo no seu normal.

Como eu já tinha feito o mesmo percurso outras vezes, pude comparar meu desempenho e meu tempo baixou em relação às provas anteriores. O que é ótimo! Mas a verdade é que não foi uma corrida gostosa. Pelo contrário, foi uma corrida meio sofrida e nem o fato de eu ter melhorado meu tempo ajudou a tirar essa sensação.

Logo que saí da prova, conversei com meu treinador – o Eduardo Barbosa, da 4any1 Assessoria Esportiva – e ele não se surpreendeu nem um pouquinho com meu relato. Na verdade, disse que cometi um erro bastante comum entre os corredores. O puxão de orelha (no bom sentido!) veio na hora pelo WhatsApp: “Mesmo como convidada, você deveria ter ido no seu pace normal. Devemos sempre respeitar nosso ritmo”.

Lição aprendida! 😉

post_parceiros_4any1_2015

Ju Vargas
o autorJu Vargas
A Ju é fã das curtas distâncias e adora participar de provas diferentes. Em 2019, a meta é conciliar os treinos de corrida com outras atividades esportivas.

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