A gente sabe que é difícil adequar as agendas de trabalho, estudo e família com a dedicação à corrida… Tanto que essa organização da rotina já foi tema de post aqui no blog!
Na correria, muitas vezes a esteira acaba sendo vista como a alternativa mais viável para cumprir a planilha de treinos. Mas será que tem diferença entre correr na rua ou na esteira? Qual a melhor opção? Como sempre, a resposta depende de vários fatores, por isso pedimos para o preparador físico Eduardo Barbosa, treinador da 4any1 Assessoria Esportiva, explicar um pouco mais pra gente. 😉
Se você está se preparando para uma prova específica, por exemplo, é importante treinar em um ambiente o mais parecido possível com aquele que você encontrará no dia da corrida. “Pensando em questões de fisiologia e adaptação aguda ao treinamento, a esteira tem mais desvantagens que vantagens em comparação a um treino de rua”, explica Edu. “Utilizar a esteira como principal meio de preparação para uma prova de rua pode, muitas vezes, levar a um desempenho abaixo do esperado.”
Vamos simplificar aqui com comparações: na esteira, o esforço biomecânico é menor, uma vez que o solo se move abaixo dos seus pés e em uma mesma velocidade. Na rua, o atleta “empurra” o solo para trás com a intenção de ir à frente. Por isso, a sensação de cansaço é diferente entre correr na rua e na esteira, mesmo que você mantenha a mesma velocidade nos dois. Há, inclusive, um gasto calórico menor na esteira, segundo alguns estudos científicos.
Quando for organizar seus treinos tendo como objetivo melhorar seu desempenho nas provas de rua, evite fazer da esteira o piso principal dos seus treinamentos. “Devemos sempre lembrar que o treinamento de performance esportiva tem características particulares conforme a modalidade que você escolhe, portanto sacrifícios visando um bom desempenho devem ser considerados. No caso das corridas de rua, a preparação em solo específico, como o asfalto, se faz necessário. Pense sempre em uma preparação que simule a situação esportiva da qual irá participar, a chamada especificidade do treinamento esportivo. Gesto mecânico, duração e intensidade devem estar os mais próximos possíveis do que você vivenciará”, recomenda Edu.
Além disso, quando corremos na esteira estamos em um ambiente controlado, que passa longe das características encontradas a céu aberto. “As condições de temperatura enfrentadas em uma prova de rua não são repetidas nos treinos na esteira. O atleta não experimenta frio ou calor, como aconteceria em um treino ao ar livre. Ao vivenciar essas situações somente no dia da prova, ele pode ter sua expectativa de performance frustrada”, ressalta Edu.
Isso não significa que a esteira deva ser ignorada, apenas usada com moderação. “Treinar em esteira deve e pode ser aproveitado se sua intenção não for performance, ou em situações que possam colocar em risco a saúde ou a segurança do atleta. Por exemplo, em uma viagem, se você desconhecer parques na região ou as condições de segurança do local; ou em dias de tempestade ou baixa umidade”, orienta o treinador.
Bons treinos a todos!
Isso aí!
Qualquer que seja o tipo de treino, sempre seguir as orientações para não sofrer depois.
Vini