Inspiração

Entrevista: Tatiele de Carvalho

Ano passado quando participei da Rio Corre 10k, no sábado antes da corrida eu conheci pessoalmente a Tatiele de Carvalho, pude conversar e conhecer melhor como é ser um atleta, achei muito legal o bate papo.

Hoje trazemos uma entrevista legal com ela, que conta como começou a correr, seus treinamentos e outras curiosidades.

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1) Como você começou a correr?

R – Morava em Poços de Caldas, era gordinha, pesava 15 quilos a mais do que hoje. Jogava futebol na Secretaria de Esportes municipal. Descobri o atletismo por acaso aos 18 anos. O Aguinaldo Alexandre (técnico) me viu correndo e me chamou para ser atleta em Guarulhos. Em três meses emagreci seis quilos. Em dois anos, já tinha o meu peso atual. Naquele dia que o Aguinaldo me descobriu estava pensando em desistir de tudo – era a minha última tentativa. E minha vida mudou, hoje sou atleta da equipe Orcampi e patrocinada pela Nike.

2) Quem são seus ídolos?

R – Meu maior ídolo é Deus. Entre os atletas admiro Carmem de Oliveira Furtado (primeira brasileira a vencer a São Silvestre) e Marilson Gomes dos Santos (tricampeão da São Silvestre).

3) Como é o seu treinamento? Quantas horas, frequência, tipos de exercícios e esportes?

R – Minha rotina é bem puxada, treino em dois períodos por dia, com uma folga a cada 15 dias. Também faço tiros, longões,  musculação e pliometria.

4) Você já sentiu vontade de correr em outras superfícies?

R- Tive vontade de fazer corrida de aventura. Corri na areia na última Nike 600k (Corrida Nike SP-Rio). É muito difícil, você faz muita força e não sai do lugar. Gosto mais da pista, tenho mais controle.

5) Você tem acompanhamento de médico e nutricionista?

R – Não. Evito frituras e não como carne de porco. Refrigerante,  de jeito nenhum. Mas confesso que adoro chocolates, porém só como nas minhas férias: entre a São Silvestre até 15 de janeiro. Amo Alpino e Prestígio. E meu bolo de chocolate com coco é delicioso.

 6) O que você mais gosta nas grandes distâncias?

R – O desafio é minha maior atração,  saber que consegui concluir, que  melhorei a marca. Amo os 5 mil metros.

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7)  Muitos corredores sofrem ao chegar em determinados quilômetros em grandes distâncias, por cansaço ou por conta do cérebro sabotar, você tem alguma dica para dar para esses corredores?

R – A dica é: nunca correr uma distância que você não está treinado para fazer. E também não se sabote. Sempre tenha pensamentos positivos antes da prova. A gente é o que a gente pensa. Sempre penso que vou conseguir.

8) Você gosta de correr sozinha ou acompanhada? Sente diferença na sua corrida?

R – Acompanhada. Na verdade, gosto de correr com homens que correm mais rápido do que eu – sempre quero superar meus limites. Treinando sozinha, a pessoa acaba se acomodando.

9) Além da corrida, você pratica ou gosta de algum esporte?

R – Natação e tênis, mas não pratico. Adoro assistir e sempre acompanho os torneios.

10) Como você vê o aumento de corridas de rua e o número de mulheres correndo? Isso reverte em benefícios para o atletismo?

R – Comparado a 2008, quando comecei, a corrida de rua aumentou demais, está virando um vício. Isso é muito bom, todas as mulheres que encontro dizem que estão indo para uma corrida. Todo mundo quer praticar. O pessoal tomou desta água e não quer parar mais.

11) Como foi sua São Silvestre? O que foi mais difícil?

R – Meu sonho desde a infância é ganhar esta prova. Fiz quatro São Silvestres.  A melhor foi a de  2012.  A mais difícil foi a do ano passado,  me senti mal e no km 6 caiu muito o meu ritmo. Eu estava no meu período menstrual e me senti muito fraca. Estava treinando forte para a prova desde setembro. Estava bem focada e preparada, veja, em novembro ganhei a Nike Rio Corre com 34 minutos.

12) Qual foi a corrida mais desafiadora até hoje? E por que?

A mais desafiadora de todas foi a Nike 600k. Uma prova atípica, corremos de São Paulo ao Rio, três dias sem dormir direito, cheguei ao limite do cansaço. O dia todo sentado na van, de repente chegava a minha vez e saia correndo do nada, sem aquecer. O pessoal ajudava muito incentiva muito. Minha equipe, a Fitt and Furious venceu. E venceu bem, com uma diferença de meia hora. Foi inesquecível.

13) Quais os seus planos para 2014?

Melhorar as minha marca dos 5 mil metros.

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Fotos: Nike

Aline Machado
A Li está aos poucos retomando sua rotina na corrida depois de passar por um ano em que se focou em outras áreas da vida. Em 2020, a meta é retomar o condicionamento físico, emagrecer e correr confortável distâncias maiores que 10km.

2 Comentários

  • Por isso que ela é TOP! Porque treina com homens! Adorei essa parte da entrevista, atesta bem o que penso (não que eles sejam melhores do que nós, mas porque realmente possuem uma força muito maior).

  • Admiro muito a Tatiele, uma atleta que começou mais tarde no esporte quando comparada a outras atletas e mesmo assim chegou em um nível alto. Uma das melhores fundistas brasileiras. Me inspiro muito nela.

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