Inspiração

Corrida da leitora: Nadja Moraes

Neste ano, estreamos no blog a categoria Corrida da Leitora. Adoramos receber histórias e saber mais sobre o processo de corrida de vocês. Também somos inspiradas pelas histórias e os feedbacks que recebemos. <3

A Nadja Moraes começou a correr há pouco tempo e passou a escrever sobre o seu processo de corrida. Ela é de São Paulo, sua profissão é palhaça e ela treina com um grupo de corrida na cidade em que mora atualmente, que é Sorocaba. 🙂

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Não nasci pra isso ou… Meu primeiro dia de atleta

por Nadja Moraes (palhaça, escritora e aspirante a corredora)

 

corrida_nadjaNadja na sua primeira corrida

Começou cedo. Acordei e pensei: “É hoje. É hoje o treino. Não estarei sozinha, estarei com pessoas experientes e… Velozes”.

Como me senti? Como um condenado? Como uma criança prestes a preparar a mochila para a excursão? Como um apaixonado antes de seu primeiro encontro? Talvez todas as alternativas. Ou somente como uma pré-gordinha (existe esse termo?) prestes a fazer algo totalmente apavorante para seu atual estilo de vida.

Se existe pré-obeso, por que não existe pré-gordinha? Deixe-me explicar: dependendo do ângulo, pareço até magra, mas sempre tem uma banha pulando da costura da calça e uma bochecha querendo aparecer mais que o resto do corpo. E agora, prestes a chegar aos 30 anos, noto coisas que não notava antes: celulite, flacidez, papada… Medidas aumentando depois de um mísero fim de semana regado a pizza e coca-cola.

Resumindo, se continuar comendo o que quero, é um passo para começar a usar a cinta “emagrecedora” – ou cinta “enganadora”, como muitos dos meus amigos dizem.

Sempre fui ativa. Sempre gostei muito de dançar, de fazer qualquer coisa que não fosse ficar parada, até mesmo aulas de circo e longas caminhadas (por livre e espontânea vontade). Mas correr simplesmente estava fora de questão. “Não sou esse tipo de pessoa” – sim, pensava exatamente como a maior parte da população (como se corredores tivessem nascido em uma forma especial… Será?). “Consigo caminhar horas, mas correr nem pensar” – de novo o pensamento de “não-nasci-para-isso”. E o mais preguiçoso e honesto argumento de todos: CORRER É CHATO!!!

Sempre foi. Era chato quando eu era a última a ser escolhida nos jogos de futebol ou basquete da escola por não conseguir correr. Ou quando nunca soube de verdade porque as pessoas achavam divertido brincar de pega-pega, sendo que eu não conseguia nem dar um passo antes de ser pega. Ou quando brincavam de bobinho, e eu era o bobinho eternamente. Ou em todas as vezes em que ouvia meu peito chiando e me sentia incapaz de dar mais um passo sequer. Fui aquela pessoa a vida toda, AQUELA… a café-com-leite!

Não conseguir correr quando precisamos nos faz sentir um pouco idiotas. Confesse.

Dito tudo isso, por que decidi começar a correr?

Porque eu vi. Aliás, eu senti a fagulha. Aquela que surge quando não se espera e está lá, apesar de tudo, mesmo que você pare de senti-la.

Uma vez, eu simplesmente senti, enquanto suava e pensava “não consigo mais, chega”. Senti um prazer, uma força… Como se meu corpo nunca mais fosse parar se eu simplesmente deixasse ele ser o que nasceu para ser: saudável, ativo. E não, isso não é uma ditadura, a de “ser saudável”. Ainda adoro ficar deitada no sofá vendo programação inútil, adoro comer doce e, honestamente, ainda sou sedentária e nem sei correr. Mas algo me tocou.

Algo me mostrou que existe alguma coisa tão mais forte nos nossos genes, na nossa alma, nas nossas pernas… Percebi que, só porque no início é difícil, não quer dizer que não vai ficar gostoso. Só porque não tenho o biotipo e nem hábitos de atleta, não significa que não exista um lugar para mim, exatamente como sou, ou vou me tornar um dia. Há lugar para todos na corrida.

Todos já foram os últimos a chegar um dia. O importante é que a gente chega. Uma hora podemos ser os primeiros, podemos sim! E, quando esse dia chegar, isso não vai importar nem um pouco porque simplesmente saberemos que não estamos mais sozinhos!

Nunca estivemos.

 

A Corrida da Leitora é um espaço para compartilhar histórias, conquistas, superações, dicas e muito mais! Quer participar? Preencha o formulário e entraremos em contato.

Aline Machado
A Li está aos poucos retomando sua rotina na corrida depois de passar por um ano em que se focou em outras áreas da vida. Em 2020, a meta é retomar o condicionamento físico, emagrecer e correr confortável distâncias maiores que 10km.

7 Comentários

  • Poxa…inspirador a história dela. Me identifiquei muito pois tb sempre fui a café com leite da turma rsrsrs…busco um lado atleta mesmo que preguiçoso dentro de mim. Tenho em mente um objetivo e não vou parar até alcançar..o importante é chegar lá, seja onde for…É traçar uma meta e correr atrás. Adorei. Bjus

  • Depoimento inspirador!!!

    Os benefícios que a atividade esportiva proporcionam ao indivíduo são visíveis em nossa vida.

    Palhaça Ná….Seja uma formadora de opinião e que o seu exemplo de vida seja o estopim para a mudança de hábitos das pessoas a sua volta!

    Um beijo e parabéns!!!

  • Ai que maravilhosoooooooooooooooo!!!que coisa mais linda….eu preciso me inspirar assim, e por em prática!!!Parabéns, é motivo de orgulho!!!!

  • Adoro ler as histórias das leitoras e sempre procuro me identificar com algo.
    Me vi na história da Nadja quando ela disse que não gostava de correr. Caminhava 20k ou o quanto fosse, mas correr nunca. Tanto que fiz outros esportes e somente 1 deles envolvia corrida, mas neeeem tanto kkkkk
    Foi quando um dia senti que podia mais e queria mais e aí já sabe do resto né? hahahahahha

    Depoimento inspirador!!!

  • Muito feliz em poder dividir a motivação mas principalmente os medos e as dúvidas, porque sabendo que não estamos sozinhos fica mais fácil ultrapassar limites! Obrigada pessoal! 🙂

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