Inspiração

Fora das pistas: Carnaval – Desfilando no sambódromo em São Paulo

Oi, meninas! Hoje vou falar de um assunto que não tem muito a ver com corrida (ou tem, rsrs, vamos descobrir). Mas eu queria muito contar sobre minha experiência desfilando pela primeira vez no Carnaval em São Paulo – e todos os preparativos para o grande dia!

Eu nunca fui muito ligada a Carnaval, sabe? Tive sim alguns Carnavais bastante animados, mas nunca fiz questão de pular Carnaval. Na maioria dos anos, o Carnaval foi um feriado para descansar e ficar com a família, sem grandes pretensões.

Este ano, sabia que teria de ficar em São Paulo, então, para não passar em branco, aceitamos o convite de alguns amigos para desfilar com eles pela escola do nosso bairro, a Acadêmicos do Tatuapé. No fim, a proposta contagiou toda a minha família, que também veio para a capital desfilar conosco. 🙂

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Conhecendo a fantasia da nossa ala (Chico Rei) / Com a família e os amigos no ensaio técnico

No começo, nem estava tão empolgada com essa história de desfilar e ir na quadra participar dos ensaios. Com tanta coisa para equilibrar (trabalho, casa, treinos…), acabei faltando em alguns ensaios da minha ala e levei um puxão de orelha da responsável pela Harmonia! Aí tive que fazer aquela avaliação: ou vai, ou racha! Ou me comprometia com os ensaios, ou não desfilava. 

Foram 40 dias entre meu primeiro ensaio e o desfile, com uma média de 2 a 3 ensaios por semana! Pode parecer muito, mas… Carnaval é só uma vez por ano, né? O melhor de tudo é que, toda vez que precisava marcar algum compromisso na Bio Ritmo (foi bem durante o meu Face 2 Face) e falava que não podia porque era dia de ensaio da escola de samba, recebi o maior apoio dos professores da academia.

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Com minha irmã e minha mãe no ensaio de rua / Ensaio + festa a fantasia com o maridão

E, olha, cada ensaio bem que equivale a um treino. A coreografia da minha ala não era das mais elaboradas, mas repeti-la por 40 minutos cantando (e andando!) dava para suar BEM! Aliás, a gente saía em sopa (e felizes da vida) de cada ensaio. Ainda tinha uma apresentação da bateria da escola para quem quisesse sambar um pouquinho (sinto informar, mas não se samba no sambódromo, exceto se você for destaque ou rainha da bateria, rs). Passava uma hora, uma hora e meia fácil, fácil! Até mesmo meu Desafio Sem Álcool foi completado com sucesso: eles vendem cerveja sem álcool na quadra! Uhu!!!

Conforme o Carnaval foi chegando, fui me contagiando com a energia e a magia daquilo tudo. A batida da bateria, o samba-enredo colado na cabeça, os laços que você cria com a escola, a primeira vez que você vai ao sambódromo para o ensaio técnico, a prova da fantasia… É uma coisa que só se entende quando se faz parte. É muito difícil julgar estando longe. Sei que existe um outro lado da “indústria” do Carnaval, todos estamos cansados de ler/ouvir sobre isso, mas estando lá presenciei o lado positivo: foi só neste Carnaval que vi como a escola une a comunidade e muda sim a vida de várias pessoas. Foi uma experiência única!

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Olha eu ali na aula Bio Samba Show, na Bio Ritmo Paulista, com a Rosas de Ouro (Divulgação)

Na semana que antecedeu o Carnaval, fiz a aula de Bio Samba Show com a bateria e os passistas da Rosas de Ouro. Uau! Foi muito divertido, aquela sala lotada, toda decorada com serpentinas e máscaras… Todo mundo na maior alegria, dando risada, uma delícia mesmo 🙂 Só fiquei com ainda mais vontade de desfilar!

E o dia do desfile chegou! Olha, não vou mentir: a fantasia pesa, o desfile atrasa (só entramos no sambódromo às 3 horas da manhã), você fica um tempão esperando para cruzar a linha amarela… Mas tudo isso é compensado quando você está lá! Eu juro! Hahahaha… Você esquece qualquer dor que estava sentindo, qualquer cansaço!

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Todos prontos, esperando para entrar no Sambódromo do Anhembi!

Na terça-feira, dia da apuração, fomos para a quadra com o coração apertado, já que nossa escola estourou um minuto do tempo máximo permitido para o desfile e, por isso, perdeu pontos valiosos. As chances de sermos rebaixados para o Grupo de Acesso eram grandes… Cada nota foi uma emoção, aquela gritaria, muitos palavrões, hahahahaha… Foi só na última nota do último jurado que tivemos a confirmação de que continuaríamos no Grupo Especial (por um décimo, gente! Haja coração!!!).

Aí, nossa, foi a maior festa! As pessoas começaram a se abraçar, chorar, o pessoal da minha ala fez montinho gritando “Chico Rei! Chico Rei!” (que era o nome da nossa ala/fantasia), a bateria logo começou a tocar  e todo mundo foi para a rua, como se a gente tivesse ganhado! Hahahaha… Carnaval sem drama não é Carnaval, né? 😉

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A escola que aprendi a amar / Comemorando nossa permanência no Grupo Especial!

Vocês podem ver que agora me sinto parte da escola, e é verdade. É a escola do bairro que escolhi para viver, o bairro que me acolheu de braços abertos como se eu tivesse nascido e sido criada no Tatuapé desde criancinha. Uma comunidade que acolheu não só a mim, mas à minha família. É muito amor! <3

Dessa experiência, ficou uma lembrança muito gostosa e uma reflexão. Às vezes, a gente deixa de fazer alguma coisa por preconceito, medo, por achar que não pertence àquele universo…  No fim, nem faz ideia do quanto está perdendo! Eu era assim com a corrida até ser convidada para participar do Corre Mulherada: achava que nunca conseguiria correr! Ok, ainda corro mal pra caramba! hahahaha… Mas eu achava que nunca pegaria gosto pela corrida porque nunca fui uma pessoa atlética, sabe? E olha eu aqui, há dois anos nessa rotina!

Fica meu convite: se você tem curiosidade, experimente! Não há nada a perder com isso, são essas vivências que abrem nossa percepção — e, numa dessas, você pode se encontrar. Seja na rua, na pista, ou no sambódromo! 😉

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Ju Vargas
o autorJu Vargas
A Ju é fã das curtas distâncias e adora participar de provas diferentes. Em 2019, a meta é conciliar os treinos de corrida com outras atividades esportivas.

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