Fiquei refletindo sobre a vaidade depois de saber do caso da Andressa Urach. Imagino que o assunto deva estar meio passado porque em tempos de internet e redes sociais depois de 48 horas o assunto fica velho, mas eu só parei para ler o caso da Urach ontem e me chamou atenção porque lembrei dos noticiários sobre a mulher que morreu após fazer aplicação de hidrogel com uma esteticista.
Até onde vamos por conta da nossa vaidade?
O caso da Urach chama a atenção para os padrões de beleza estipulados pela sociedade. Nas novelas, nos anúncios de revista, nos outdoors, o que encontramos são mulheres de corpos perfeitos. Essa exposição toda nos faz acreditar (inconscientemente) que isso é o certo, que para ser bonita precisa ser magra, não pode ter pneuzinho, nem celulite. E devido a isso, muitas vezes cobramos do outro que sigam esses mesmos padrões. Quantas vezes você não se pegou questionando mentalmente (espero que apenas mentalmente) porque aquela sua amiga que está acima do peso não faz nada para mudar.
Venho de uma família onde minha mãe não segue os padrões estéticos e sempre odiou atividade física e meu pai sempre foi maluco por esporte. Eu e minha irmã nunca tivemos problemas com peso, pois minha mãe sempre cuidou muito da nossa alimentação (lá em casa não tinham “besteiras” durante a semana) e nós duas puxamos nosso pai no amor pelo esporte. Lembro que na época de adolescência eu queria imitar as amigas e ficar de regime e comentei com a minha mãe que estava de dieta, tomei um grito no ouvido! HAHAHAHAH. Nunca mais. Ou seja, lá em casa magreza e corpo perfeito nunca foram incentivados e mesmo assim eu sou chata com o corpo, acho que para estar bem tenho que estar magra. Se eu engordo já sinto diferença na mobilidade e fico puta porque o biquíni não cai bem. Deve ser o fato de amar praia que me faz buscar sempre um corpo mais slim.
Ando numa deprê da porra: estou no 9º mês de gestação, barriga gigantesca, muito inchada por conta do calor, morta de cansaço, sem vontade de fazer nada, minhas roupas não me servem mais e tenho vergonha de sair na rua porque parece que todo mundo olha pra mim com piedade (e realmente devem olhar). Fico contando os dias para conhecer o rostinho lindo da minha filha e ter meu pique de volta quando os quilos extras forem embora e me sinto um cocô por estar pensando em quilo extra em um momento tão lindo da minha vida. Culpo a vaidade por isso e não os hormônios da gravidez.
Uma coisa que aprendi muito com as meninas do Corre Mulherada é ter equilíbrio. O que nós 6 mais temos em comum é o fato de corrermos por prazer, pelo amor à corrida e à atividade física. Essa nossa diversidade de biotipo e de nível de corrida é o nosso diferencial. Ficamos felizes com aquela amiga que correu os 5K direto pela primeira vez depois de mais de 1 ano tentando treinar com regularidade, ficamos felizes com aquela amiga que alcançou a meta de voltar ao peso de quando casou com a ajuda da corrida, entendemos quando uma de nós está em uma fase muito atarefada e não consegue treinar com tanta frequência e ficamos mais felizes ainda quando recebemos e-mail de leitoras falando que ajudamos a tira-las do sofá e sair do sedentarismo. Você deve estar se perguntando e vocês não querem emagrecer? Sim, claro, qual mulher não acha que sempre tem que perder um quilinho ou dois? O peso, a melhora na mobilidade e principalmente o bem-estar são consequências do tempo dedicado à atividade física.
Nós mulheres temos que trocar a palavra vaidade por equilíbrio. Temos jornadas duplas, às vezes triplas, em que temos que conciliar trabalho com os cuidados com o lar, cuidados com os filhos, atenção ao marido e treinos na madrugada para poder dar conta de tudo isso e ainda ter um tempinho para cuidar do próprio corpo. Quantas vezes não rolou uma culpa da porra por ter tomado aquele chopp ou aquela coca geladíssima e ter colocado a perder a dieta do dia ou da semana? Chega de culpa! Toma o chopp, comemora o seu dia ou desconta no chopp o chefe sem noção e deixa para se preocupar com as calorias no dia seguinte. O importante é continuar tendo coragem de levantar do sofá e sair para treinar (seja lá qual for sua atividade preferida).
Bora ser feliz mulherada! Isso que importa. E vamos combinar que a endorfina liberada após a prática da atividade física é uma ótima aliada para isso, diz aí?! 🙂
Falou tudo!
Gosto do blog de vocês porque é feito por mulheres reais, mulheres que conciliam carreira, família, lar e hobbies. Gente que sofre e gente que chora… rss.
Às vezes a cobrança que a gente tem com nós mesmas é a pior, sentimos culpa e mal por tomar uma breja em vez de aproveitar o momento com os amigos, rindo.
O equilíbrio é a palavra chave.
Bjs,
Lilian, somos normais mesmo. Cada uma tentando conciliar a correria do dia a dia com a vontade de correr 🙂
Adorei o post Jú!
Obrigada, Shi :*
Ju, já passei por duas gravidezes e sei bem o que você está sentindo e posso te garantir que as pessoas te olham na rua é com admiração e não com piedade. Sério, as pessoas tem muita admiração por mulheres grávidas e você está linda tenha certeza disso. Também posso dizer (inutilmente) que você deve aproveitar essa fase porque sentirá saudades dela (sei que é impossível de acreditar, mas eu sou você 8 anos depois cheia de saudade da gravidez e do poder que ela faz a gente sentir inconscientemente), olhe-se no espelho e enxergue sua beleza de grávida, você merece.
O fato de já praticar esportes e ter uma alimentação equilibrada vai te fazer voltar bem rápido, se amamentar então é melhor ainda. Nas minhas gravidezes já sai do hospital com 6kg a menos dos 9 que ganhei no total.
Seu post foi genial, equilíbrio realmente é o que nos falta.
Amo esse blog, amo esse espaço, me ajudou muito!
Beijo grande!
Cacau, sério, eu duvido que algum dia sentirei falta da barriga ou de estar grávida. Se não tivesse que passar pela gestação, juro que teria mais filhos!
Beijocas
Ju,
Eu adorei seu post e me identifico muito também.
Ando com essa deprê, olho no espelho e me vejo enorme e com dificuldade de fazer algumas coisas com mais agilidade e sem se cansar.
E as vzs me culpo por pensar assim, me sinto do jeitinho que você falou: “me sinto um cocô por estar pensando em quilo extra em um momento tão lindo da minha vida”.
Logo que penso isso, já penso que ta acabando também, né! Logo vamos voltar a nossa forma física e meu objetivo é emagrecer de fato e não ficar no sobrepeso.
Mas é isso aí, equilíbrio e paciência. Nós chegaremos lá, e estamos aqui para ajudar umas as outras. <3
beijo
E haja paciência, né? Post de uma semana atrás e só consegui parar para responder os comentários agora. Socorro!!!
Janeiro é nozes brilhando com as bebês no colo 😉
Beijocas
Perfeito o texto. Muitas vezes queremos emagrecer, ficar “sarada” para que o outro veja. Não!!! Temos que fazer por nós, para sermos felizes.
O padrão ideal é àquele que nos deixa, principalmente, saudável.
Sempre por nós! Sempre. 🙂
Beijocas