Já falei em mil posts aqui como foi um desafio para mim começar a correr e conquistar meus primeiros kms com um ritmo constante e sem atacar minha bronquite. Não posso negar que isso me segurou antes de enfrentar novas distâncias, afinal, eu queria correr essas distâncias com prazer e segurança, e não com medo de ter um ataque de asma, né? rs… E, naquele momento, ainda estava difícil encarar qualquer coisa acima dos 5k, então preferi me concentrar em melhorar minha corrida de modo geral antes de estabelecer metas.
Aos poucos, consegui preparar meus pulmões para exercícios mais longos, e aí foi a hora de partir para os 10k. E nas provas era muito legal perceber como eu dava conta, sim, porém nos treinos era uma verdadeira guerra. E não era pela falta de fôlego, não! Era contra a minha cabeça.
Prova é prova, né? Você acaba se distraindo, se empolgando com as pessoas em volta, sempre tem alguém que passa e grita algo que te impulsiona para frente. Mas treino não tem jeito: é você e você. Fim. Parecia que meu cérebro sabia quando dava 5k e já mandava aquela mensagem pro corpo de “pronto, missão cumprida!” e era uma tortura correr além desse ponto… Eu ficava naquela negociação mental, quilômetro a quilômetro, até conseguir concluir o treino pretendido. Quando me acostumei com os 10km, vieram treinos de 12 km no fim de semana, e nem preciso dizer que o mesmo se repetiu: chegava nos 10km e pá! Começava essa luta mental outra vez…
Recentemente, fiz minha segunda prova acima dos 10k (a Vênus 15k, aqui em São Paulo). Enquanto estava lá correndo, “conversei” muito comigo mesma — quem mais faz isso? rs — e comecei a me dar conta de quanta coisa que mudou de um ano para cá!
Primeiro porque nessa prova tive um dos raros momentos em que chegou a placa dos 10k e eu não quis parar (honestidade, rs). Na verdade, percebi que se tivesse me inscrito para 10k, e não para 15k, terminaria a prova confortável demais, com gostinho de quero mais. Claro, eu ia forçar um pace mais rápido, tentar um RP nos 10k (ele veio depois, na Global Energy Race, nesse último domingo), mas ainda assim ficaria pensando que deveria ter ido para 15k. Então, quando eu cheguei na placa dos 10 na Vênus, pensei comigo: ainda bem que eu me inscrevi pros 15! 🙂
Estou em um momento em que bate uma hora correndo e começo a sentir o fôlego; diminuo o ritmo, “organizo o corpo”, recupero o ritmo e termino a prova bem, mas tem um sofrimentozinho nesse processo. Só que é bom! rs Faz a gente pensar que está se esforçando e vale a pena. (Será que eu sou masoquista? Ou será que, no fundo, todos os corredores são masoquistas? rs) De qualquer forma, a Vênus já foi bem mais tranquila que a minha primeira prova de 16k e minha alegria é que estou conseguindo manter um ritmo confortável pra mim e que é o que quero manter nos meus primeiros 21k.
Meus treinos vão entrar na fase com os maiores longos antes da meia (amanhã tem 17k!), e agora vejo como eles são valiosos na preparação para os 21 km, tanto para o corpo, como para a mente. Fisicamente, acredito que já dou conta dos kms que faltam para a meia maratona, mas a cabeça ainda está no processo de acompanhar — e daí a importância de seguir uma planilha e respeitar as semanas de preparação. Quebrar porque o corpo não deu conta é frustrante, mas quebrar porque a cabeça sabotou é pior ainda! 😛
Para quem se encontra diante de uma “barreira mental” para aumentar as distâncias, como eu enfrentei para chegar aos 10k e depois para ir além dos 10k, meu único conselho é treine. Como dizem: treino mole, prova dura. E o contrário também vale – então vamos ficar com a segunda opção, né? 😉 Treine duro para que as prova sejam momentos de celebração e alegria. Um sofrimentozinho até vai (hehehehe) mas não precisa ser um campo de batalha.
Tem gente que defende que ir em provas é a parte “fácil”; o verdadeiro amor pela corrida nasce nos treinos, porque são neles que enfrentamos as dificuldades, que percebemos nossos limites e temos que negociar com nós mesmos. Alguns dias serão incríveis, outros nem tanto, mas é a vida é desse jeito mesmo. Os treinos são a parte chata, porém necessária, do processo. E quando a gente treina para ir mais longe, fica muito clara a diferença que pular etapas faz lá na frente. Então, mulherada, respira fundo e encara essa planilha com todos os altos e baixos que ela vai te trazer. Compensa!
Quem mais está se preparando para os 21k? Alguma dica?!
Oi!
Também vou correr minha primeira meia maratona esse ano e tinha o mesmo problema que você nos 10km.
Resolvi dividindo mentalmente meu percurso em 4 corridas de 5km, assim cada vez que termino um segmento de 5km eu penso “maravilha, só mais cinco, tranquilo”. Comigo deu certo!!
Ahhh isso ajuda, sim, com certeza! Boa dica 🙂